
Publicidade e Propaganda convida PepsiCO para conversa sobre mercado de trabalho
Publicidade e Propaganda convida PepsiCO para conversa sobre Mercado de Trabalho Por Álvaro de Melo,
Por – Vinicius Luz
Professor do Curso de Publicidade e Propaganda da FASAM
As novas possibilidades que se abriram, e que se abrem, a cada dia, com a junção do comércio eletrônico e as mídias sociais, criam, também, novos mercados e possibilidades de trabalho no campo da fotografia profissional.
Desde o surgimento (ou invenção) da fotografia, o seu uso tem servido para várias aplicações e usos, que passam por todas as áreas da atuação humana, com influências até mesmo no cotidiano das pessoas.
Contudo, as novas tecnologias, o crescimento e a diversificação das mídias sociais e do comércio eletrônico, criaram novas possibilidades para o mercado da fotografia profissional (e semi profissional!).
Pensar em comércio eletrônico, na maior parte das vezes, nos remete a ideia de vender sem dar ao consumidor a possibilidade de experimentar, ou mesmo, apenas tocar o produto antes de efetuar a compra e receber a encomenda.
Neste caso, a fotografia e, em alguns casos, vídeos, podem ter um papel fundamental para a decisão de compra. Afinal, o produto é mostrado por imagens, que podem ser tão convidativas quanto o desejo do consumidor.
Do mesmo modo, qualquer negócio (online e offline) pode potencializar suas vendas, seu engajamento e a percepção de produtos e serviços com a utilização de fotografias bem produzidas, que levam em conta alguns critérios básicos, como o conceito, noções básicas de enquadramento, luz e composição de cores.
Os atributos, a noção de status, as características físicas e, até mesmo, um passo-a-passo podem ser mostrados e ressaltados pelo fotógrafo e, desta forma, transmitir a noção do aroma e da textura, mostrar as cores, os detalhes e as formas de uso do produto.
Antes de responder a esta pergunta, é necessário lembrar que podemos dividir o processo de produção fotográfica em três fases, ou, em três etapas, como preferirem: pré-produção; produção; pós-produção.
As três etapas podem ser facilmente explicadas pela sequência da organização e planejamento do que será fotografado, o momento do registro (o click!) e, por último, quando houver, o tratamento digital das imagens.
Explicando melhor cada uma das três fases, a pré-produção consiste na fase do briefing, de onde o fotógrafo obtém as informações necessárias para a fotografia que irá produzir, como os equipamentos, indicações do cliente e possíveis restrições, que o levarão ao resultado final desejado.
Na fase seguinte, a produção, no nosso caso a fotografia de estúdio, ou seja, em ambiente interno e controlado, é necessário fazer os devidos ajustes dos equipamentos de iluminação, organizar a composição e os parâmetros da câmera.
Na câmera, devemos levar em conta o ISO (sensibilidade do sensor), a Abertura (tamanho da abertura do diafragma) e a Velocidade (controle do tempo de exposição). Nesta fase, se o fotógrafo tiver um flash meter, conseguirá mais agilidade na produção.
Já a pós-produção diz respeito ao tratamento das imagens. Nesta fase o fotógrafo fará os retoques e os ajustes necessários de cor, brilho, contrastes, correções de exposição e formatos, por exemplo.
Mas, sabendo disso tudo, na fotografia de produto, voltamos à pergunta: o que é necessário registrar? A resposta passa por ressaltar a qualidade, o valor, os diferenciais, a (boa) aparência, o tamanho e as cores do produto.
Ou seja, devemos pensar que a fotografia é uma forma de mostrar o produto. Portanto, também é importante conhecer as possibilidades de produção na fotografia e, desta forma, estender a resposta à pergunta para como fotografar.
Sobre como fotografar, devemos considerar as três etapas mencionadas de produção da fotografia, desde o planejamento aos ajustes e tratamentos finais. Pois, em cada uma destas etapas, com ou sem briefing, o fotógrafo deve buscar as melhores alternativas e possibilidades de ressaltar o que precisa ser mostrado, afinal, a imagem é a melhor forma de obter informações sobre o produto.
O nosso modo de ver está ligado a fatores que vão além do nosso aparato biológico, olho e cérebro – não é um processo puramente mecânico.
O que vemos, como vemos e como compreendemos está ligado a fatores psicológicos, emocionais, sociológicos e, até mesmo, históricos – com referências que, muitas vezes, não nos damos conta.
No nosso caso, na fotografia de produtos e de objetos pequenos, a principal ligação se faz com a arte. A chamada Natureza Morta, estudada na FASAM, nas disciplinas de Fotografia, Fotografia Publicitária e História da Arte, é a referência e a origem deste tipo de imagem. Portanto, do mundo das artes para a fotografia e o comércio eletrônico.
Paul Cèzanne – The Basket of Apples (A Cesta de Maçãs), c. 1893 – óleo sobre tela – 65 x 80 cm – Art Institute of Chicago, Chicago, IL, USA
Os objetos inanimados que compunham as obras de Natureza Morta, com origem no século XVI, naquela época feitas com flores, frutas, livros e, até mesmo caveiras (as Vanitas), hoje são referências básicas, que ajudam a pensar em cores, composições e proporções.
Porém, ainda falando sobre referências, o fotógrafo não deve se ater somente à história. Conhecer o produto, o seu público consumidor, o conceito da marca e os concorrentes também fazem parte do trabalho do fotógrafo.
Do folheto do supermercado ao e-commerce. A fotografia de produto com fundo branco é, sem dúvida, a principal lembrança que temos quando falamos deste segmento da fotografia. É, normalmente, o que está mais presente em nossa memória.
Para objetos pequenos ou grandes, os esquemas de iluminação e o fundo seguem a mesma lógica: fundo infinito ( fundo sem arestas) e duas ou três fontes de luz, dependendo da necessidade da fotografia e da disponibilidade de equipamentos. Na fotografia, sempre há espaço para experimentar novas técnicas e possibilidades!
Os produtos menores, no nosso exemplo, têm a facilidade de poderem ser fotografados em estúdios portáteis ou, até mesmo, improvisados. No nosso caso, utilizamos a mesa still, que reproduz as características de um estúdio de proporções maiores.
Aula prática com a mesa still, no segundo semestre de 2020 (imagem sem tratamento).
A mesa still, normalmente feita em material acrílico, fosco ou brilhante, pode ou não ter reflexo. Uma das vantagens, além do tamanho ser mais adequado a produtos menores, é a possibilidade de troca do fundo, para variar cores e texturas.
Fotografia produzida por alunos do curso de Publicidade e Propaganda da Fasam, no segundo semestre de 2020. Primeira aula prática. (imagem sem tratamento).
Para todos os objetos, o fotógrafo deve considerar, e ressaltar, os materiais, as formas e as opções de cores, os possíveis diferenciais ou qualidade do produto. Tudo isso pode ser evidenciado na fotografia, como detalhes, reflexos, saturação de cores e ênfase, porque não, na marca e no nome do produto.
No nosso exemplo e nas nossas aulas, começamos a fotografar com produtos isolados para, primeiro, ambientar o aluno nas práticas do estúdio fotográfico (Laboratório de Fotografia) e, em seguida, fotografar com composições e contextos.
Assim como na fotografia com o fundo branco, a fotografia com contexto também é fortemente utilizada como forma de engajar e converter em vendas.
Porém, apesar de parecer o contrário, a fotografia de uso e contexto também pode ser produzida com o fundo branco. A grande diferença é que o objeto, ou produto, não está isolado.
Para a composição fotográfica, é necessário utilizar de recursos e técnicas que interagem com outras áreas do conhecimento, dentro e fora da Publicidade e Propaganda, com conceitos de direção de arte, como os princípios da Gestalt e a psicologia das cores.
Na prática, na hora de fotografar, o fotógrafo deve levar em conta: o uso das cores, a regra dos terços, as linhas, os pontos de fuga (se houver), simetrias, reflexos, texturas e contrastes. Sempre com a intenção de ressaltar os aspectos positivos e mais atrativos do produto.
Como característica principal, esta modalidade de fotografia pode mostrar na prática, a finalidade do produto, o seu tamanho (colocado em contexto com outros produtos, é possível ter referências de proporção) e ressaltar algum diferencial do produto (uma maneira diferente de guardar, servir, dobrar…).
Fotografia produzida por alunos de Publicidade e Propaganda da Fasam, no segundo semestre de 2020. Máscara e modelo. (imagem sem tratamento)
No dia-a-dia, estas imagens estão presentes por toda a parte, em mídias online e offline: no panfleto da churrascaria, no outdoor, na embalagem de produtos e, porque não, naquelas imagens que parecem bem espontâneas das redes sociais, mas que foram cuidadosamente pensadas e produzidas.
Mas, atenção: na fotografia publicitária, em todos os casos, devem ser considerados os conceitos da marca, a identidade visual e possíveis restrições de cada produto, impostas pela lei ou pelo bom senso. Bebidas alcoólicas nunca combinam com crianças e veículos, por exemplo.
Além disso, o trabalho do fotógrafo deve ser direcionado à divulgação de ideias, conceitos, produtos ou serviços. Não pode ser instrumento de propagação de ilícitos ou infringir leis.
Então, para o contexto de uso do produto, podemos resumir em:
Caso você seja um fotógrafo, ou aspirante, deve saber que, na fotografia, existem dois tipos básicos de luz: a contínua (luz refletida) e a incidente.
A luz contínua, ou refletida, como o nome diz, é a luz que ilumina continuamente. Na prática, é a luz do nosso dia-a-dia. É a luz natural, a luz de refletores e de luminárias. É o tipo de luz com o qual nos deparamos a todo momento.
A vantagem da utilização da luz contínua é o custo, normalmente mais baixo. Porém, a intensidade da luz é menor. Para compensar, o ISO (controle da sensibilidade do sensor) precisa ser maior. A abertura do diafragma também.
Algumas possíveis desvantagens da luz contínua são: dependendo do conjunto de iluminação, o aquecimento do estúdio, que pode ser uma preocupação; o fotógrafo precisa ter mais atenção ao balanço do branco; o ISO mais alto pode interferir na qualidade (nitidez) da imagem.
Para quem ainda não é um profissional da fotografia, e pretende improvisar, a luz contínua pode ser a alternativa mais barata. Com bom senso e criatividade, pode-se improvisar com luminárias, refletores e lâmpadas domésticas.
Existem opções de caixas de fotografia (caixas pop-up / lightbox), utilizadas para fotografar pequenos objetos. Muitas vezes, o fotógrafo iniciante faz os seus primeiros testes com a câmera do telefone celular.
Já no estúdio fotográfico, utilizamos a luz incidente, que em síntese, é a luz obtida com o disparo do flash, diferente da luz contínua.
A principal vantagem do uso do flash é a maior intensidade da luz, que possibilita a produção de fotografias com o controle do ISO (sensibilidade do sensor) mais baixo e menor abertura do diafragma, ou seja, com mais nitidez e maior profundidade de campo.
No nosso caso, a luz incidente é a mais indicada para o trabalho de fotografia de produtos, pois possibilita maior controle e qualidade final da imagem.
Porém, existem alguns procedimentos que precisam ser seguidos pelo fotógrafo na hora de fotografar. Estes procedimentos e algumas técnicas, como a medição da luz com o flash meter e o uso de alguns equipamentos de laboratório, ficarão para um próximo post!
Se você está começando, inicie pelo básico. Caso não tenha nenhuma experiência, experimente! Não precisa gastar muito em equipamentos: você pode improvisar a sua primeira mesa still com uma cartolina de 5 reais.
O fotógrafo, iniciante ou não, faz testes com a câmera e, até mesmo, com o telefone celular. Improvisa luz e sempre busca alternativas. Experimente e seja ousado sempre!
Na pós-produção, os retoques são sempre muito bem-vindos, mas sem exageros. Utilize o Photoshop (ou outro software de edição de imagens) para eliminar reflexos, nivelar imagens e imperfeições do produto, sem exageros e sem alterar as suas características.
Para possíveis “defeitos” da fotografia, como balanço de branco, ajustes de brilho, contraste, saturação, iluminação, adição de efeitos e filtros, além da variação dos níveis de contraste, existem opções de software para trabalhos em lotes (com grande quantidade de imagens), como o Adobe Lightroom, por exemplo!
Outros softwares de edição de imagens são o Pixlr, que é um editor online, sem a necessidade de baixar e instalar; O GIMP, considerado o Photoshop gratuito; o Krita, parecido com o Photoshop; Polarr, com finalidade parecida ao Adobe Lightroom.
Mas, lembre-se: o software de edição é seu aliado, mas evite exageros. Uma fotografia bem tratada mostra as características reais do produto!
ANG, Tom. Fotografia Digital- Passo a Passo. São Paulo: Europa, 2011.
FOTOGRAFIA Publicitária. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3868/fotografia-publicitaria>. Acesso em: 01 de Mar. 2021. Verbete da Enciclopédia.
PALACIN, Vitché. Fotografia Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Saraiva. 2012.
RAMALHO. José Antônio. Escola da Fotografia – o Guia Básico da Técnica à Estética. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier, 2013.
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